A atividade de combate ao desperdício de energia elétrica é tão importante quanto a de geração, transmissão e distribuição dessa energia. Vale a pena recordar que a energia economizada é a energia disponível mais barata com a qual uma sociedade pode contar sendo um ótimo negócio para um país.

O controle do desperdício, além de atingir esse objetivo, é uma forma eficiente de preservar o meio ambiente, estabelecendo, ao mesmo tempo, uma relação eficaz de custo e efeito. Estudos recentes indicam que edificações comerciais e de serviços, com uma média de 100 funcionários, podem economizar milhares de reais por mês na conta de energia com a adoção de medidas adequadas que venham a reduzir o consumo de energia e a demanda de potência sem comprometer a produtividade ou a qualidade de suas atividades. Pode-se dizer que existe uma relação direta entre o porte da edificação (e de sua ocupação) e o montante a ser economizado, o que pode chegar a dezenas de milhares de R$/ano.

Para a implementação de ações visando a economia de energia em uma edificação, torna-se necessário o estabelecimento de um programa ou planejamento específico.

A importância de se planejar procedimentos deve-se ao fato de que qualquer ação isolada tende a perder seu efeito ao longo do tempo, por melhores resultados que venha a apresentar. Desta forma, é fundamental o engajamento de todos, buscando-se um objetivo comum através do esforço coletivo.

Além disso, um programa de economia de energia exige iniciativa e criatividade, além de ações que demandam mudanças de hábito, o que é um obstáculo a ser vencido em virtude da própria resistência natural das pessoas às mudanças comportamentais.

Para que os objetivos de eficientização possam ser alcançados, a elaboração de um programa de economia de energia em uma edificação deve resultar do esforço dos diversos setores envolvidos, de forma que fique claro para todos que economia de energia:

  • Não significa racionamento;
  • Não implica em redução de qualidade de vida, conforto e segurança;
  • Não pode comprometer a produtividade ou a produção de quaisquer das atividades humanas;
  • Não é uma atitude mesquinha de poupança;
  • Significa eliminar desperdícios inleligentemente;
  • Significa utilização racional, tendo em mente que, ao utilizar energia, devemos gastar apenas o necessário, buscando o máximo desempenho com o mínimo consumo;
  • Significa atitude moderna, aplicada ao mundo desenvolvido, como medida lógica e consciente de utilização de eletricidade;
  • Significa maximizar investimentos já realizados no sistema elétrico;
  • Significa reduzir custos para o Estado e para o consumidor;
  • Amplia, no tempo, os recursos renováveis e não renováveis   ainda disponíveis no planeta;
  • Contribui decisivamente para minorar os impactos ambientais;
  • Amplia a matriz de desenvolvimento econômico, através da maior disponibilização dos montantes de energia não mais desperdiçados;
  • Melhora a competitividade internacional dos produtos / serviços desenvolvidos no Brasil;
  • Enfatiza valores fundamentais, especialmente em um país em fase de desenvolvimento, que não pode desperdiçar seus recursos (sabe-se que um dos fatores de crescimento dos países desenvolvidos foi exatamente a utilização racional economia de energia).

Em síntese, um programa de economia de energia elétrica deve pautar-se pela otimização da utilização da eletricidade através da orientação, direcionamento, implementação de ações e controles sobre os recursos econômicos, materiais e humanos disponíveis, objetivando minimizar os índices globais e específicos da quantidade de energia necessária para obtenção do mesmo resultado.