Texto: Liliane Gambogi

O Presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim afirmou, durante o seminário “Cenários para o Setor de Energia” em São Paulo, patrocinado pela Shell Brasil, que a conservação e a co-geração de energia podem vir a ser os mais importantes pilares da matriz energética brasileira depois da hídrica.

Há dois processos energéticos em curso, identificados por Tolmasquim como voluntário, quando ocorrem trocas de equipamentos por modernos mais econômicos ou mudanças de hábitos e induzido, dependente de ações do governo. Além destes há a auto-produção de setores petroquímico, papel e celulose, etc. que corresponde a 10%.

Tolmasquim elogiou o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc e o presidente do Ibama, o geógrafo Roberto Messias Franco e alertou que o Brasil pode vir a causar a maior emissão de gás carbônico de sua história, pois térmicas são acionadas quando hidrelétricas atrasam. Possivelmente será realizado um leilão específico para energia eólica, segmento que vem sendo analisado pela agência entre as fontes alternativas.

“Só a eficiência energética pode amenizar a tendência de aumento de demanda energética proporcional à prosperidade de cada país”, segundo o diretor de comunicação corporativa da Shell Internacional, Serge Giacomo. Possivelmente em 2050 o mundo precise de 1,5 vez a quantidade de energia disponível hoje.

Giacomo considera que verdades duras e escolhas difíceis terão que ser enfrentadas e o “blueprint” é o caminho a ser seguido, utilizando mecanismos de mercado para o carbono, metas de redução de CO2, padrões de eficiência energética, metas para fontes renováveis, regulamentações e certificações. Ele aposta ainda na captura e seqüestro de CO2 da atmosfera e em experiências como na Alemanha, Austrália e Noruega de enterrar o CO2. É intenção dela ter uma fatia do mercado de créditos de carbono.

Suzana Kahn, secretária de Mudanças Climáticas e Qualidade Ambiental do MMA lembra que o mais barato, limpo e seguro é usar menos energia.

Roberto Smeraldi, da ONG Amigos da Terra Amazônia Brasileira, focou as perdas de energia na distribuição, mostrando dados do Tribunal de Contas da União referentes a outubro, indicando perda de 20,28 % da energia gerada, o equivalente a todo o consumo de Minas, Bahia, Ceará e Pernambuco e lembrando a necessidade de cobrança por parte da sociedade de alteração das políticas pró-ativas de desperdício por políticas pró-ativas de eficiência.

Fonte: Jornal Eficiência Máxima/ O Debate